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quarta-feira, janeiro 03, 2007

Ilha Perdida
 

A Sofia Garcia começou a participar neste projecto em Junho de 2004.
Escreveu
poesia, olhou a lua, sentiu a vida.
Fez um safari, falou da vida escolar.
Partilhou emoções, viveu a noite de Natal e, num momento de melancolia, ao sentir o silêncio, ficou sentada sozinha, escrevendo um conto de fadas, pensando no seu simples ser!

Hoje, após alguns meses de ausência, apareceu por aqui e deixou-nos este trabalho realizado para a disciplina de português, no âmbito do estudo da obra de Gil Vicente "O Auto da Barca do Inferno".

(imagem in cm-evora)


Ilha Perdida, seis de Junho de 1666

Queridos frades amigos:

Como têm passado? Eu não tenho estado lá muito bem, fui condenado a
prosseguir a minha vida após a morte na barca infernal.
Por isso, venho por este meio alertar-vos do castigo que vos espera caso
continuem com a vossa vida imoral no convento. Resistam à tentação (bem sei
que é difícil, eu próprio caí nos braços daquela donzela loira, depois de
ter namorado a viúva morena que nos trazia o pão às sextas). Sigam caminho
para o perdão divino, de nada vos serve o hábito que usam, o anjo nem sequer
ousou dirigir-me a palavra. Tudo é vazio, como se vos arrancassem o coração.
Aqui por estas passagens, não existem sorrisos e prossigo em trabalhos
forçados com o corregedor, meu companheiro de barca. Renunciem também a
outros pecados sem ser carnais, desde a gula (vigiem o cozinheiro Ezequiel)
até aos sons cortesãos, que ouvíamos e cantávamos às escondidas do frade-mor
na biblioteca.
Acreditem em mim e sigam o melhor caminho para a salvação.
Que Deus vos acompanhe,
Frade Babriel (o "malandreco")


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