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sábado, dezembro 11, 2004

Os "cem" abrigo
 

Os netescritores gostam de escrever, nós sabemos.
E por que será que gostam? Certamente muitas razões poderíamos encontrar.
Acreditamos que uma delas será por existirem uns professores assim e outros que escrevem coisas como esta:



[imagem in dearamos.com.br ]

Não são cem, são muitos mais!...

Domingo à noite, há quem se espreguice no sofá, há quem leia o jornal, há quem vá ao cinema, há quem jante fora, há quem se prepare para o dia seguinte. Há quem se esqueça de si e se entregue aos outros!

22 horas, baixa do Porto. Eles lá estão, em grupos, nos pontos habituais. Aproximam-se quando avistam as carrinhas já conhecidas; uma "sande", um bolo, um copo de leite ou um café quentinho; um agasalho, um cobertor, algo que aqueça o corpo nas noites frias, nos T1 à porta dos bancos, nos "quartinhos" à porta das boutiques onde os da "alta" se vestem...

A conversa desenrola-se. Não importa só aquecer o corpo, a alma também sente o ar gélido da solidão, dos que perderam tudo ou nunca nada tiveram. Um conta uma anedota, outro informa que pertence à FIAT (Federação Internacional dos Alérgicos ao Trabalho), outro trabalha ou trabalhou na IBM (Instituição de Baldes e Massas), outros foram postos à margem porque a droga os conquistou/seduziu. Histórias de vida sem-abrigo, sem-projectos, sem-família, sem-sonhos.

"Então, e mais um bolinho, pode ser?!"

"Obrigado, até para a semana." Dizem com o olhar em jeito de súplica para que não se esqueçam deles.

A realidade do mundo em que vivemos é dura, é cruel! Felizmente ainda há quem pense nos outros, nos que precisam. E não é por ser Natal! Para os sem-abrigo, não há Natal, há sim um domingo após outro em que alguém se lembra do que um dia disseram: "Ama o próximo como a ti mesmo."

(Delfina, Professora de L. P., Esc. E.B. 2, 3 Dr. Carlos Pinto Ferreira)

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