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terça-feira, novembro 30, 2004

Era uma vez... uma véspera de Natal
 

A nossa grande amiga Thita, do ABC, enviou-nos esta história.
É um trabalho conjunto realizado por três amigas de duas escolas do Seixal: a Thita que anda no 8.º ano, a Sónia no 9.º e a Dora no 10.º.
Como é um pouco longa, vamos publicá-la em dois capítulos. Um hoje e outro amanhã.


[imagem in giffs.hpg.ig.com.br ]

Fomos ao hipermercado para comprar umas prendas que não tínhamos conseguido comprar antes. Quando vimos todas aquelas pessoas, começámos a reclamar com nós próprias: "Não pode ser, isto vai demorar a vida toda, e nós ainda temos tantas coisas para fazer, outros lugares para ir e..."
Como gostaríamos de poder apenas nos deitar, dormir e só acordar após toda esta confusão da quadra do Natal.
Sem rumo certo fomos andando até à secção de brinquedos e lá começámos a bisbilhotar os preços, a imaginar se as crianças realmente brincam com estes brinquedos tão caros que dão na televisão e tudo. Enquanto remexíamos nas prateleiras dos brinquedos, notámos que um menino, que deveria ter mais ou menos 5 anos, agarrava uma boneca contra o peito.
Ele acarinhava e alisava o cabelo da boneca olhando muito triste para o vazio e ficámos a imaginar para quem seria aquela boneca que ele tanto apertava.
O menino virou-se para a senhora que estava perto dele e perguntou:
- Vó, tens a certeza que eu não tenho dinheiro suficiente para comprar esta boneca?
A senhora respondeu:
- Sabes que o teu dinheiro não é suficiente, meu querido!
E perguntou ao menino se ele podia ficar ali sossegado a ver os brinquedos por 5 minutos, enquanto ela iria à procura de outra coisa.
O menino disse que sim.
Já que estávamos tão perto, começámos a andar na direcção do miúdo, e perguntámos-lhe a quem ia ele oferecer aquela boneca:
- Esta é a boneca que a minha irmã mais nova adorava ter. Ela estava à espera que o Pai Natal lha desse este ano...
Como sou a mais atrevida, disse com um ar de riso, compreensão e cumplicidade:
- Não fiques chateado, eu acho que ele vai dar a boneca à tua irmã.
Mas ele, muito triste, respondeu:
- Não, o Pai Natal não pode levar a boneca onde ela está agora. Eu tenho é que entregar esta boneca à minha mãe. Assim ela pode dar a boneca à minha irmã, quando ela for para lá.
Ficámos confusas! Os seus olhos ficaram rasos de água enquanto dizia:
- A minha irmã teve que ir embora para sempre. O papá disse-me que a mamã também se vai embora para perto dela, muito em breve. Então pensei que ela poderia levar a boneca e entregá-la à minha irmã.
Todas estivemos a ouvi-lo e o nosso coração parou de bater.

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