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domingo, julho 04, 2004

Safari
 

Em verso ou em prosa a netescritora Sofia escreve coisas muito bonitas, dizemos nós uma vez mais.
Depois de lerem este Safari digam se temos ou não temos razão!


[imagem in safari-wangu.de ]

Luanda, 25 de Março de 1987

A noite estava quente e húmida, Helena sentada na sua secretária escrevia uma carta muito especial.
Tinha vinte e dois anos. Há quatro anos que estava a trabalhar em Angola. Estava feliz! Há muito que esperava aquele momento. Ia finalmente reencontrar o irmão e as suas primas. Desta vez tinha conseguido um meio para os voltar a ver.
Por isso escrevia:
"Amigos, brevemente poderei reunir-me novamente convosco. Arranjei-vos emprego cá e já tenho três bilhetes para um cruzeiro até Marrocos. Aí apanharão autocarro para Luanda. Eu estarei aqui à vossa espera.
Beijos da vossa amiga Helena."

Enquanto Helena esperava impacientemente pela chegada das primas e irmão, estes divertiam-se à grande. Depois de viajarem pelas águas do Atlântico atracaram em Tânger.
Em Tânger, Sofia perdeu-se num labirinto de ruelas sujas encharcadas com água choca. Entrou então numa loja de antiguidades e encontrou um velhote simpático chamado Mamed que a ajudou a procurar o Rui Pedro e a Catarina.
Encontraram-nos numa farmácia que cheirava a especiarias. Com alguma tristeza despediram-se de Mamed e do farmacêutico Ismael que era muito brincalhão e correram para o autocarro.
Ao chegar a Luanda avistaram Helena que, de braços no ar, gritava pelos seus nomes. Depois de muitos abraços e beijinhos foram para casa, conversando.
No dia seguinte, ao amanhecer, tomaram um pequeno-almoço leve, à base de frutas coradas e sumarentas, e partiram para um safari.
No meio da savana viram antílopes, zebras e elefantes. E, ao sentirem a aproximação de uma manada de pacaças, pararam o jipe para as deixar passar. Avistaram avestruzes e uma girafa solitária. À medida que andavam, a erva seca ia-se tornando num verde que brilhava com os reflexos do sol. Havia muitas árvores e macaquinhos saltitantes que se empoleiravam nas suas copas. Helena revelou-lhes então:
-Este é o sítio mais bonito que eu conheço!
E realmente era lindo... Por entre a sombra fresca das árvores e o cheiro da terra, penetravam entre os ramos uns raios de sol que davam um ar mágico àquela selva.
-É um bom sítio para o nosso piquenique! - sugeriu o Rui.
Depois do piquenique foram passear. No fim, deram uns mergulhos nas águas límpidas de um lago. Já era tarde quando olharam para o relógio e rapidamente entraram no jipe para voltar a casa. Ainda estava muito calor!
Enquanto se dirigiam para casa aperceberam-se de que havia uma jibóia no carro e, com uma travagem arriscada, saltaram para fora do jipe. Que grande susto! Daí em diante concordaram em permanecer em Luanda.
Helena ensinou-os a apanhar borboletas, a apreciar os movimentos das medusas nas águas transparentes daquelas praias de areia fina, a apreciar um delicioso gelado de maracujá no fim de jantar e a aprender outra maneira de viver.
( Sofia Garcia, E.B. 2/3 Flávio Gonçalves)

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